A minha irmã e eu estávamos na nossa rotina matinal, lá pelas 4 am. Depois
que ela tirou a carta de motorista, nós levávamos o meu pai para o trabalho todo
dia de manhã, e nós tínhamos de acordar muito cedo para isso, e todo o dia nós
pegávamos a mesma rota.
Um dia, depois de deixar o nosso pai no trabalho, nós encontramos algo
aterrorizador e inesquecível.
Era primavera e o tempo estava bom para variar, e a estrada estava limpa. A
minha irmã estava dirigindo, e eu estava tentando ficar acordada, ouvindo ela
falar sobre o que ela tinha feito no dia anterior. Normalmente nós conversávamos
uma com a outra para evitar que cochilássemos. Quando estávamos a quase 1km da
nossa cidade, eu notei algo estranho mais à frente na estrada. Era uma pessoa
que estava andando na beirada da estrada, na faixa branca. Como todos sabemos,
você NÃO deve andar nessa faixa branca, por que ela fica muito perto do tráfego.
Eu pensei que não tinha visto direito, mas eu estava enganada. Eu virei para a
minha irmã para falar o que eu estava vendo, e se ela também estava vendo, mas
já não precisava falar mais nada. A expressão que ela fez quando viu a minha
cara pálida e assustada e depois quando olhou para fora, pela minha janela, era
o suficiente para saber que ela também tinha visto o que eu tinha visto. Ela
pisou fundo no acelerador e nós ficamos quietas o resto da viajem , até chegar
em casa e estar na segurança do nosso quarto.
Nós duas descrevemos o que tínhamos visto, e a descrição era idêntica. A pessoa
era anormalmente alta, muito magra e bem clara, quase transparente, e andava
meio dura, sem dobrar os joelhos. Parecia o monstro do Dr. Frankenstein andando.
A boca estava aberta, como se fosse um peixe fora da água, e no lugar dos olhos
tinham dois buracos escuros. E as mãos eram completamente deformadas, uma tinha
três dedos todos tortos e a outra parecia que todos os dedos formavam uma só
coisa, como se os dedos fossem grudados um no outro. A minha irmã falou que
depois que acelerou olhou no espelho retrovisor e aquela coisa não estava mais
lá, o que era bem estranho, já que tínhamos acabado de passar por lá. Eu não
tenho idéia de onde aquilo pode ter ido.
Nós nunca mais vimos aquilo, e não queremos ver nada assim de novo. Nós duas
estávamos completamente acordadas, e ainda mais acordadas depois de ver aquilo.
Isabel - Itapecerica da Serra - S.P.